01 dezembro 2006

RECADOS A GEORGE W BUSH:


1 – FINGE QUE ÉS INTELIGENTE!

Pelos vistos invadirias o Iraque, do mesmo modo que o fizeste, ainda que tivesses a certeza de lá não haver armas de destruição massiva.
Claro, alguém duvidará? Até porque a firmação é tua, como tua é, de resto a invenção da existência de tais armas naquela terra de petróleo.
E acreditas que com investidas dessas a tua América poderá liderar o mundo, como queres?
Que liderança...!?
Deixa-te disso, George. Finge que és inteligente!
30 de Agosto de 2004.

2 – A GEORGE W BUSH

Há duas semanas morreu Yasser Arafat. São imprecisas as causas da sua morte, dizem.
Havias dito, em tempo útil, que tinhas de te desfazer dele: «temos de nos desfazer de Arafat».
E agora? Porque e de que terá morrido o palestino?
Não sabes?
25 de Novembro de 2004.

3 – É AMERICANO

Hoje fiquei sem palavras quando a R.T.P. mostrou, no telejornal das 20 h, um general americano a dizer, à frente de quem o quis ver e ouvir, que matar pessoas dava gozo e até era divertido.
Esse monstro é americano. Mas é sobretudo gente, é um homem. Um homem civilizado. Mais um a dar razão a Francisco de Assis.
4 de Fevereiro de 2005.

4 – AMÉRICA, AMÉRICA...!

És a luz que ilumina a Terra com o clarão das bombas que lanças sobre ela.
És a justiça que mata por vontade de Deus.
És a mentalidade que actualiza a Idade Média.
És a democracia que encurrala Índios e segrega Negros.
És a liberdade que invade povos e nações.
És a caridade que dá o que antes ou depois tira.
És a bondade que tem inimigos por todo o lado.
És a salvação que destrói o mundo.
És a verdade com que enganas o teu próprio povo.
Quem fecundaria quem te pariu?
25 de Maio de 2005.

5 – AO SENHOR GWG

Sempre me portei com decência nas cartas que te escrevi, às quais não tiveste vontade (ou capacidade?) de responder.
Concluí, entretanto, que não valeu nem vale a pena preocupar-me com a consideração a ter por ti, tão-pouco com dirigir a palavra a quem a despreza ou não a entende. Mas se mais alguma vez voltar a ter de o fazer, não contes com sinais de deferência.
Bem sei que quem pretende liderar (eu acho que é dominar) o mundo e está convencido de que é capaz de o fazer pela força ou pelos subtis processos de economia de má-fé, por exemplo, não pode ter sensibilidade nem substrato mental que lhe permitam sentir a intenção das minhas cartas nem o significado dos seus conteúdos. É pena!
É perna, pois a posição que ocupas exige outra postura, uma postura presidida pela humildade e pela sabedoria.
Desse modo talvez te apercebesses de que o mundo não é só teu nem é nenhuma colónia dos USA. Talvez pudesses responder-me. Talvez não fosse necessário fazê-lo por não ser necessário dirigir-me a ti. Talvez nem te interessasses pelo trono a que subiste sabe-se lá como. Talvez o mundo pudesse estar melhor.

6 de Outubro de 2005